O Movimento contra a verticalização desordenada em Nova Lima se iniciou em função da possibilidade de implantação de prédios de 25 andares em frente ao Posto Policial da MG 30 (em Nova Lima/Minas Gerais) - um empreendimento chamado “Vistas do Vale” da Anglo Gold (dona da propriedade) e da Odebrecht (construtora). A primeira fase (6 torres) já está no CODEMA para concessão de Licença Prévia (LP).
Em 18 de novembro/2010, na reunião do CODEMA em que seria concedida a Licença Prévia para o empreendimento, representantes das associações comunitárias foi decisiva para o desenrolar dos acontecimentos já que; O Residencial Bosque do Jambreiro, solicitou à Secretária de Meio Ambiente, Cátia Gusso, a realização de audiência pública para o empreendimento “Vistas do Vale”.
O Movimento tem apresentado, desde agosto de 2010, representações subsequentes ao Ministério Público alertando sobre as irregularidades do empreendimento. Paralelamente, foram realizadas, ao longo do semestre, reuniões com associações de bairros e condomínios da região, para discutir a questão.
Nessa reunião, os conselheiros Roney Bernardes, Marcelino Duarte, José Carlos Mannetta e Irany Braga, pediram vistas ao processo, ficando assim adiada a votação da licença prévia do empreendimento para o dia 16 de dezembro, em reunião já agendada do CODEMA
Enquanto esperava a resposta da Secretária de Meio Ambiente, as lideranças comunitárias que já começavam a se reunir para discutir a questão, se surpreenderam quando souberam, pelo conselheiro Roney Bernardes, que o pedido já havia sido votado e negado na própria reunião do dia 18 de novembro. O Movimento começa então a se organizar e, em vista do pedido de audiência pública negado, 12 associações de bairros e condomínios enviam uma reiteração do pedido do Bosque do Jambreiro ao CODEMA e à Secretaria de Meio Ambiente, com cópia para o Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e Câmara dos Deputados. Paralelamente, o conselheiro Roney Bernardes solicita a prorrogação de vistas ao processo, objetivando que o mesmo não entre na pauta da reunião do CODEMA do dia 16 de dezembro.
MANIFESTAÇÃO POPULAR E ABAIXO ASSINADO
Em 8 de dezembro o Movimento realiza uma manifestação popular próximo ao posto policial da Rodovia MG 30. Mais de 300 pessoas se concentram em frente à barraca do côco e fazem uma caminhada até os prédios do Rossi Botanique - um empreendimento imobiliário também alvo de denúncias relacionadas à irregularidades ambientais - encerrando a manifestação em frente ao stand de vendas do "Vistas do Vale, da Odebrecht.
Na manifestação, são coletadas assinaturas no abaixo-assinado já iniciado nos condomínios e na "Sexta na Feira".
Em 9 de dezembro/2010 a Câmara Municipal, por solicitação do Vereador Cássio Magnani, também envia ao CODEMA e à SEMAM um pedido para realização de audiência pública.
Em 13 de dezembro, o Ouro Velho, uma das associações que solicitaram a audiência pública recebe correspondência da Secretaria de Meio Ambiente acatando o pedido das 12 associações. Nesse mesmo dia, a Secretaria de Meio Ambiente concede ao conselheiro Roney Bernardes, a prorrogação do pedido de vistas ao processo.
Em 14 de dezembro o MINISTÉRIO PÚBLICO envia ao CODEMA e à Secretaria de Meio-Ambiente RECOMENDAÇÃO para conceder a audiência, enumerando vários argumentos. Ainda no dia 14, o vereador Cássio Magnani se manifesta no “Grande Expediente” da Sessão Plenária da Câmara Municipal, alertando sobre os riscos da concessão de licença para um empreendimento de grandes impactos ambientais, viários e no saneamento já precário de Nova Lima.
No dia 16 de dezembro acontece a reunião do CODEMA e o “Vistas do Vale” fica fora da pauta. Em 27 de dezembro, o CODEMA se reune extraordinariamente para tratar da RECOMENDAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, recebida pelo Conselho.
Em 20 de janeiro de 2011, o Movimento envia uma correspondência à Secretaria de Meio Ambiente e CODEMA solicitando a precisão da data da audiência pública lembrando sobre os prazos e critérios que devem ser seguidos, conforme legislação pertinente.
SOS NOVA LIMA
No início de 2011, o Movimento passa a ser chamado de:
"SOS Nova Lima – Movimento por uma Ocupação Sustentável"
O Movimento SOS Nova Lima, nasceu de outro movimento que surgiu contra a verticalização desordenada do município. No início de 2011, o Movimento passou a ser chamado de “SOS Nova Lima – Movimento por uma Ocupação Sustentável”. O Movimento também realizou o Seminário “Nova Lima Pensa o seu Futuro”, que contou com renomados palestrantes da área ambiental, de arquitetura e urbanismo, além de autoridades do Poder Público Municipal, Estadual e Federal.
A participação dos condomínios horizontais no movimento foi efetiva desde o início e com isso o movimento ganhou força, para viabilizar o seu objetivo que é o desenvolvimento sustentável, e mais restritivo em relação à proteção das nascentes, cursos e lagoas de água doce; à proteção dos aquíferos e lençóis freáticos; à proteção dos ecossistemas locais, tais como as remanescentes de Mata Atlântica, cerrado e campos ferruginosos, sua biodiversidade, endemismo, matas ciliares e corredores de flora e fauna; como também às declividades permitidas para edificações e à proteção do Patrimônio Paisagístico Natural do município.
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